São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sydney-2000 já admite profissionais

MARCILIO KIMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

O beisebol é o mais novo esporte no qual os atletas profissionais poderão atuar em torneios internacionais, como os Mundiais e, principalmente, os Jogos Olímpicos.
Agora, a única modalidade olímpica amadora é o boxe. O futebol possui a restrição para atletas com idade superior a 23 anos.
A norma foi acatada em setembro, na assembléia geral da Associação Internacional de Beisebol, a IBA, em Lausanne, na Suíça.
Brasil, Japão e Cuba, que participam hoje do Desafio Internacional, em São Paulo, votaram contra a liberação aos profissionais. Mas acabaram derrotados. Foram 52 votos a favor e apenas 7 contra.
"Saímos prejudicados porque não temos profissionalismo. Será quase impossível classificar para a Olimpíada", diz Jorge Otsuka, presidente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol.
Com a abertura aos profissionais, os EUA tomam de Cuba o posto de maior potência mundial. No amadorismo, os cubanos não perdem uma partida oficial há 13 anos. É bicampeã olímpica e 13 vezes mundial consecutiva.
"Somos a favor da Olimpíada como competição amadora. Mas não tem problema, a norma será uma motivação para melhorarmos ainda mais. Vamos provar que podemos fazer frente aos profissionais", afirmou Heriberto Moreno Donate, chefe da delegação cubana que está em São Paulo.
Outro país que cairá de posição nos torneios será o Japão, vice em Atlanta-96. República Dominicana, Venezuela e Porto Rico serão os maiores adversários dos EUA.
Novas atrações
A medida foi adotada com a intenção de tornar as Olimpíadas mais atrativas, com as grandes estrelas mundiais. Mas poucos países deverão levar esses jogadores.
O motivo são os calendários. Os campeonatos mais importantes do mundo, como o norte-americano e o japonês, acontecem no mesmo período da Olimpíada.
"Em Sydney, o Japão não levará profissionais. Nenhum time vai liberar um titular. E levar reservas não adianta. Os amadores possuem o mesmo nível, mas têm mais tempo para se dedicar à seleção", afirmou Akihito Yanagawa, técnico da Honda, equipe japonesa que joga em São Paulo.
Os times da Major League Baseball, a liga profissional dos EUA, concordam com os japoneses.
"É o mesmo caso da NBA. Os clubes só liberam atletas porque a temporada já acabou", exemplifica Gil Garrido, olheiro (profissional contratado para descobrir talentos) do Atlanta Braves.
Em julho de 97, haverá a eleição para a presidência da IBA. Espera-se que o novo dirigente feche um acordo para liberar os profissionais para a Olimpíada.

Texto Anterior: Caiaque slalom deixa de ser esporte olímpico; Lesão no joelho afasta Hardaway do Orlando; Lesão ameaça ídolo do futebol americano
Próximo Texto: Deserção não preocupa Fidel
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.