São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996 |
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Hoje é o último dia do 'Antarctica Artes'
CELSO FIORAVANTE
A seleção de artistas foi concluída depois de seis meses de pesquisa de campo em todo o Brasil por uma equipe de cinco curadores: Lisette Lagnado, Stella Teixeira de Barros, Nelson Brissac Peixoto, Tadeu Jungle e Lorenzo Mammi. Foram visitados cerca de 1.300 ateliês em 66 cidades de todos os Estados. O "Antarctica Artes" contou com o patrocínio da Cia. Antarctica Paulista, que investiu US$ 1 milhão no projeto. "Foi ótimo ter participado. Muitos críticos e pessoas da área vieram me cumprimentar. A mostra atingiu positivamente mesmo pessoas que não são do meio artístico", comentou a paulistana Sônia Guggisberg, que apresenta trabalhos em tinta acrílica sobre lona. Quem também ficou satisfeita foi Raquel Garbelotti. "Senti que teve muita repercussão e que a mostra deixou as pessoas mais atentas para o meu trabalho", disse. Na instalação que apresenta na mostra, composta por pequenos objetos que reproduzem gavetas minúsculas, Garbelotti discute questões como lembrança, intimidade e obsessão em um universo feminino e familiar. Quem também chamou muita atenção foi Eli Sudbrack, que apresentou painéis fotográficos em que reproduz -como auto-retratos- cenas retiradas de revistas eróticas. O alemão Peter Weiermair, diretor do Instituto de Arte Contemporânea de Frankfurt, viu o trabalho do fotógrafo no "Antarctica" e na mostra "Excesso" (Paço das Artes, na USP) e pediu para incluir algumas imagens em seu livro "A Imagem Liberada". A mostra serviu ainda para promover intercâmbio entre os participantes -vários deles estarão juntos em coletivas em 1997. "O melhor de tudo é estar nesse grupo de artistas, que era de excelente qualidade. A repercussão foi ótima", disse o carioca Afonso Tostes, que participará no final deste mês do 20º Salão Carioca, no Parque Laje. A mostra também contará com trabalhos de Tonico Lemos, também no "Antarctica". O único senão do projeto foi a atitude acanhada dos galeristas brasileiros, que pouco fizeram para incentivar essa vibrante seleção de talentos emergentes. A maioria deles continua sem representantes, mesmo em seus Estados. Parece que o que é novo ainda assusta os galeristas deste país, exceção feita a Ricardo Trevisan (Casa Triângulo), talvez o único galerista preocupado hoje com a revelação de novos valores e, consequentemente, com o futuro da arte contemporânea brasileira. Mostra: Antarctica Artes com a Folha Onde: pavilhão Manoel da Nóbrega (portão 10 do parque Ibirapuera, zona sul) Quando: até hoje, das 14h às 21h Entrada: grátis Texto Anterior: 'O Corcunda de Notre Dame' opta pela comédia Próximo Texto: Escola aceita até cartão de crédito no pagamento Índice |
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