São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Lama e lodo liquidam criatório natural

DA SUCURSAL DO RIO

O despejo de lama e lodo nos fundos da baía de Sepetiba tem provocado a destruição de um dos maiores criatórios naturais de pescados do litoral brasileiro.
Lama e lodo são retirados por dragas dia e noite para a passagem de navios pelo canal de navegação até o porto de Sepetiba.
As dragas despejam o material retirado do canal no próprio mar, a uma distância de três quilômetros da praia de Sepetiba. Esse processo se repete, diariamente, há 17 anos.
As consequências do despejo têm sido terríveis para os pescadores de Sepetiba. A maré alta leva a lama e o lodo para a praia, que praticamente perdeu a faixa de areia.
O acúmulo de lama e lodo na praia impede a atracação dos barcos de pesca. Os pesqueiros param a até dois quilômetros da terra. Os peixes são trazidos em cestos nos ombros dos pescadores, que caminham afundados na lama.
O projeto de construção de um pier de concreto que entraria pelo mar cerca de 500 metros ainda está no papel. Para os pescadores, essa seria a solução para o problema.
"Com a ponte, de três metros de largura, o peixe poderá ser trazido de carro para a terra. Esse projeto é a nossa salvação. Sem ele, a profissão do pescador artesanal em Sepetiba vai acabar", disse à Folha o presidente da colônia local, Geraldo Lopes dos Santos, 62.
Problemas ambientais também afetam as praias situadas ao fundo da baía de Guanabara.
A praia de São Lourenço (município de Magé) está inteiramente tomada por lixo. A superfície onde deveria estar a areia foi tomada por toneladas de materiais plásticos, madeiras, papelão e metais.
A lixeira improvisada existe há mais de cinco anos, e os pescadores a consideram uma praia morta.

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