São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Pesca perde com frota velha e mar pobre

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao contrário do que imagina a maioria das pessoas, os mais de 8.000 quilômetros da costa marítima brasileira não são um paraíso para a pesca nacional.
Segundo Carlos Fischer, do Ibama, as correntes marítimas que chegam à costa brasileira são pobres em nutrientes e têm alto grau de salinidade.
Por causa disso, apesar de bem maior, a costa do Brasil é menos propícia à pesca que a do Peru e a do Chile, por exemplo, dois dos grandes produtores mundiais.
"Com pouco nutriente, a reprodução das algas, base da cadeia alimentar nos oceanos, fica prejudicada", explica.
Segundo Hélio Valentini, do Instituto de Pesca de São Paulo, o potencial de crescimento da pesca de captura no Brasil está nas regiões oceânicas, longe da costa.
O problema é que a frota brasileira está sucateada e é um dos principais entraves para o crescimento da produção.
Com idade média de 20 anos -contra os 10 anos da média mundial- os barcos brasileiros são mal equipados e têm uma produtividade baixa.
"A maior parte da frota brasileira não está preparada para pescar em alto-mar nem tem equipamentos modernos", comenta Mário Marcelino, presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado de São Paulo.
Segundo ele, os principais entraves para a renovação da frota estão na falta de financiamento e nas dificuldades de importação de equipamentos para a pesca.
As alíquotas de importação de equipamentos para o setor variam atualmente de 14% a 50%.
Na Argentina e no Uruguai, países que nos últimos anos têm aumentado sua produção, boa parte dos equipamentos importados recebem isenção de impostos.

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