São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Publicidade de imóveis será repensada, afirma Capuano

DA REPORTAGEM LOCAL

Repensar a macropublicidade no mercado imobiliário e investir em anúncios menores e enxutos.
Essa é a tendência que Roberto Capuano, presidente do Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), observa para o futuro da propaganda imobiliária.
Capuano participou, na última quarta-feira, da palestra "O Novo Mercado Publicitário e a Publicidade", no auditório da Folha.
O evento foi parte do ciclo "Arena do Marketing", que a Folha promove quinzenalmente, sempre às quartas, com grandes nomes da publicidade e do marketing.
Segundo ele, a maior liberação de cartas de crédito pela Caixa Econômica Federal e a tendência à concentração do mercado na construção de casas populares podem ser extremamente benéficas ao mercado imobiliário.
"O pequeno construtor será incentivado a construir, o que faz aumentar a concorrência, a oferta crescer e os preços caírem", diz Capuano.
O investimento em promoção e publicidade dos imóveis correspondem a 10% de seu preço final. Como o preço será um fator cada vez mais importante no mercado, o investimento em mídia terá de ser repensado, afirma Capuano.
"O anúncio enxuto, com o texto valorizado, será mais importante que as chamadas criativas."
Os anúncios, diz, terão importância cada vez maior. As placas, que hoje ainda são as maiores vendedoras de imóveis, perderão importância.
"Elas não serão suficientes para o proprietário."
Para complementar as mudanças previstas, outros fatores vão trazer sua contribuição, diz Capuano.
O corretor só vai poder fazer publicidade de um imóvel se tiver exclusividade sobre suas vendas.
"Isso vai fazer o mercado se modificar em termos de comportamento dos proprietários."
Outro fator é a criação de uma central de dados sobre imóveis, que terá várias características sobre o produto.
"A central vai unir várias localidades do país, facilitando os negócios."
Nos próximos anos devem ressurgir dois tipos de negócio há muito tempo paralisados: os imóveis para lazer e os voltados à locação comercial.
"Qualquer imóvel popular terá rentabilidade maior que as de aplicações financeiras. Enquanto houver demanda, o aluguel de baixa renda não vai baixar."
Hoje, afirma Capuano, a pior coisa é investir em flats e imóveis comerciais, pois são caros e proporcionam baixa rentabilidade.

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