São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Ieltsin pode ter alta até o fim da semana

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, deve aparecer pela primeira vez na TV desde que sofreu uma cirurgia para a implantação de pontes de safena há duas semanas.
Os médicos autorizaram a imprensa a registrar a reunião de trabalho de Ieltsin com o primeiro-ministro Viktor Tchernomirdin, marcada para amanhã.
Segundo o serviço oficial de imprensa, o presidente tem trabalhado no hospital, assinando decretos e documentos oficiais.
O chefe da equipe médica, Renat Akchurin, confirmou a existência de uma cicatriz no coração de Ieltsin, fruto de um não-anunciado princípio de infarto durante a campanha eleitoral.
Ieltsin deve ter alta quinta ou sexta-feira, assim que todos os pontos sejam retirados. Ele deve ser transferido para uma casa de repouso em Barvikha, próximo a Moscou, onde tem passado a maior parte de seu tempo desde que foi reeleito, há cem dias.
Espera-se que Ieltsin fique de seis a oito semanas em Barvikha antes de retornar a seu gabinete no Kremlin (sede do governo russo).
Ontem, o presidente pediu a seus médicos autorização para deixar o hospital em Moscou e fazer um passeio a pé em Barvikha.
A aparição na TV e a divulgação de uma foto do presidente com sua família (veja abaixo), são parte de uma estratégia do Kremlin para assegurar a população de que Ieltsin tem o controle do país.
Segundo o secretário de imprensa russo, Sergei Iastrjembski, está sendo preparado um ato público em que Ieltsin falará à nação, ainda sem data definida. "Aqueles que cuidam da imagem do presidente querem que sua aparição tenha um grande impacto", disse.
A oposição tem se aproveitado da aparente falta de liderança na Rússia para capitalizar suas críticas ao governo.
"Quem manda neste país?", dizia a manchete do jornal comunista "Sovietskaya Rossiya", logo após uma troca de acusações entre o secretário de Estado, Anatoli Tchubais e Alexander Korjakov, ex-segurança de Ieltsin.
Daguestão
O premiê Tchernomirdin voou ontem para a cidade de Kaspisk, na República Autônoma do Daguestão, onde um prédio de oito andares explodiu sábado, deixando 24 mortos e 35 desaparecidos.
O Ministério do Interior russo suspeita de atentado terrorista em represália às ações do governo local contra o contrabando de armas e caviar.
Ieltsin enviou seus pêsames aos parentes das vítimas e prometeu formar uma comissão para investigar as causas da explosão.

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