São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 1996
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Coral Gables oferece barreira de galerias

CELSO FIORAVANTE
DO ENVIADO ESPECIAL A CORAL GABLES

Uma pergunta pode pairar sobre a cabeça do visitante de Coral Gables. Por que tantas galerias de arte em uma cidade tão pequena?
São cerca de 30 para aproximadamente 42.000 habitantes, 1 para cada 1.400 habitantes. Para acompanhar essa proporção, São Paulo deveria ter cerca de 10 mil galerias!
Mas Coral Gables tem lá suas diferenças, a começar pela renda "per capita" anual, que no ano passado ultrapassou US$ 38 mil.
A cidade serve ainda como sede para grandes empresas norte-americanas e multinacionais. E, atualmente, os grandes compradores de arte não são colecionadores ou museus, mas as grandes corporações empresariais.
O movimento artístico na cidade é tão grande que até mesmo a Sotheby's e a Christie's, as duas maiores casas de leilão do mundo, cederam aos encantos de Coral Gables e resolveram abrir ali seus escritórios regionais, e não na metropolitana Miami.
Harmonia sadomasoquista
O melhor dia para visitar as galerias de Coral Gables é na primeira sexta-feira de cada mês. Nessas noites, grande parte das galerias da cidade organiza vernissages ou eventos ligados ao setor.
Quem tem uma boa mostra atualmente em cartaz é a Meza Fine Art (275, Giralda Avenue), com uma individual da venezuelana Gloria Fiallo. A artista trabalha com o corpo como campo para o êxtase, o prazer e a dor, por meio da contraposição de imagens sacras e profanas, essas retiradas de revistas pornográficas.
Suas imagens repetitivas remetem à arte pop e à tradição latino-americana ligada à escola barroca de representação dos ícones religiosos, em que a dor e o êxtase se completam, como em uma harmonia sadomasoquista.
Não podendo visitar todas as 30 galerias, dê uma passada em pelo menos outras três delas: Ambrosino, Quintana e Gary Nader. As três no Ponce de Leon Boulevard, nos números 3.155, 3.200 e 3.306.
(CF)

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