São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996
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Governo brasileiro critica estudo do Banco Mundial sobre Mercosul

País ameaça "bater duro" se documento for publicado

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O Brasil pretende reagir com dureza se o Banco Mundial publicar o estudo interno sobre o Mercosul preparado pelo economista Alexander Yeats, chefe de sua divisão de comércio internacional.
O documento, que acusa o Mercosul (mercado comum integrado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile) de protecionismo disfarçado, vazou para os jornais "The Wall Street Journal" e "Financial Times" no final de outubro.
O governo brasileiro acha que o trabalho de Yeats usa estatísticas velhas e metodologia errada e condena o Banco Mundial por não ter impedido que ele chegasse à imprensa.
Pedido
O embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, pediu ao presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, que o estudo não seja publicado.
Se o pedido não for atendido, o Brasil poderá "bater duro".
Como todos os outros países-membros, o Brasil é o equivalente a um acionista da instituição e pretende deixar clara essa condição.
Em janeiro de 1994, quando um dirigente do Banco Mundial fez declarações que, na opinião do governo brasileiro, prejudicavam o país, o então presidente da instituição, Lewis Preston, enviou raro pedido de desculpas por escrito ao Brasil.

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