São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Toque de recolher é marca da violência

DA AGÊNCIA FOLHA , EM CABROBÓ

As plantações de maconha transformaram Cabrobó num pólo de violência. Ninguém entra ou sai da cidade sem ser revistado.
Apelidada pelos moradores de "Cabrobonha", a cidade tem um toque de recolher informal. Após as 19h, as ruas ficam desertas.
O presidente da Câmara, Lorival de Medeiros (PFL), o Russo, diz que "a maconha é o menor problema" da cidade. Ele está envolvido em uma guerra com a família Araquan, que ele acusa de estar ligada ao Comando Vermelho (facção criminosa do Rio).
A família de Russo aliou-se a Celso Gonçalves da Silva, o Chico Cabrobó na luta. Os Araquan são acusados pela polícia da morte de três pessoas: o pai e um primo de Chico e Allan, 19, filho de Russo.
A vingança veio com cinco assassinatos de parentes dos Araquan, tudo nos últimos dois meses. A família, segundo a PM, está armada e escondida em suas fazendas.
Um dos filhos de Russo é acusado de assassinato. "Ele fez a besteira de vingar a morte do irmão", diz o pai. Chico já foi preso por tráfico de cocaína e maconha.
Nos dois dias em que a reportagem ficou na cidade aconteceram um sequestro, um assassinato e um tiroteio em Cabrobó.

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