São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Sinal avisa a alunos que há tiroteio

DA REPORTAGEM LOCAL

As balas perdidas também estão invadindo as escolas do Rio. Segundo Emir Sader, coordenador do Projeto de Estudos sobre a Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), algumas escolas -e os próprios alunos- passaram a adotar estratégias para tentar minimizar o problema.
"Há poucas semanas, visitei três escolas (Ciep Margarino Torres, Casas da Criança 1 e 2) que ficam perto do morro do Boréu. Ali, quase sistematicamente, há tiroteios às sextas-feiras", diz Sader.
Segundo ele, quando as crianças escutam tiros, imediatamente "viram o rosto para o lado oposto ao da janela".
Segundo ele, o grande problema é que "hoje há um aumento de equipamentos pesados, de armas com maior alcance e de maior calibre".
Trabalho conjunto
Segundo a futura secretária da Educação do Rio, Carmem Moura, que não quis falar a respeito do sinal, a estratégia atualmente adotada pela secretaria -e que vai continuar sendo adotada- é a ação conjunta da secretaria, da Guarda Municipal e do comando da Polícia Militar.
"Trabalhamos em conjunto: a Guarda faz um trabalho preventivo, já que não é uma polícia. Já a PM só atua em casos mais graves", diz Moura.
"Quando há tiroteios, não deixamos que os alunos saiam da escola. Nossa função é protegê-los, bem como aos diretores e professores. Aguardamos a situação se acalmar e depois os liberamos."
Segundo ela, o objetivo primeiro é impedir que a escola feche.
"A própria comunidade, os pais e os próprios alunos nos pedem isso."

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