São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mapa de áreas de risco está defasado 2 anos

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Defesa Civil Municipal desconhece muitas áreas de risco na cidade de São Paulo. Os chamados "pontos cegos" são regiões com risco de deslizamento de terra ou inundação que não constam no último levantamento da prefeitura.
Os técnicos da Defesa Civil trabalham com um relatório das áreas que apresentavam risco no verão de 1994/95, que só teve os dados compilados em agosto deste ano. Mas nesse período de dois anos, surgiram novos pontos.
Para o coordenador da Defesa Civil, Marcos Antônio Figueira, 42, "os pontos cegos existem, podem até causar mortes, mas nunca mais haverá tragédias de grandes proporções por deslizamentos."
Nem o aumento do número de áreas de risco de 370 para 473 entre os verões de 1993/94 e 1994/95 preocupa Figueira. "Isso é reflexo de um diagnóstico atualizado."
Esse é apenas um dos problemas que as administrações municipal e estadual terão de enfrentar neste verão. Omissas durante os meses de pouca chuva, observarão a cidade sofrer com os mesmos problemas crônicos de inundação dos verões passados.
O rio Tietê, o principal destino dos córregos e rios secundários da cidade, não é desassoreado há nove meses e já apresentou pontos de transbordamento esta semana.
As principais obras da prefeitura no combate às enchentes só ficarão prontas a partir de março, no final da época das chuvas. A limpeza de bueiros é outro problema, já que a previsão para o final do ano é de aumento na produção de lixo, o que deve provocar um aumento do número de bueiros entupidos.
Para completar o quadro, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) prevê um verão típico -indicativo de muita chuva.
O governo do Estado diz que pretende fazer um desassoreamento de emergência, e a prefeitura diz que as obras estão em andamento (leia texto abaixo).
"Não há dúvidas de que teremos sérios problemas com as chuvas neste verão, já que a cada ano aumenta a impermeabilização do solo e a água chega mais rápido às regiões mais baixas da cidade", afirma o professor de hidrografia do Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo), João Cipriano de Freitas, 65.

Texto Anterior: Separação conjugal leva homem à rua
Próximo Texto: Pitta promete plano antienchente para 97
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.