São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Policiais tentam invadir PF de BH para libertar delegado

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Pelo menos 20 policiais civis de Minas Gerais tentaram invadir anteontem à tarde a sede da Polícia Federal em Belo Horizonte (MG), provocando um clima de muita tensão por mais de uma hora.
Os policiais queriam resgatar o delegado José Antônio Moraes Barbosa e o investigador Júlio César Hott, presos sob a acusação de participarem do assalto à agência de penhora da CEF (Caixa Econômica Federal) em Belém (PA), no último dia 1º de novembro.
Naquele assalto, foram furtados 500 quilos de jóias que estavam penhoradas na agência da CEF em Belém. As jóias estavam avaliadas em R$ 5 milhões, segundo a PF.
Agentes da Polícia Federal de Belém e de Minas prenderam primeiro Hott em uma rodovia mineira. Com ele encontraram "grande quantidade das jóias furtadas" -a quantidade não foi divulgada.
Em seguida, os agentes federais prenderam o delegado Barbosa, quando ele saía de uma festa de confraternização da Polícia Civil.
Após a prisão, vários policiais civis se mobilizaram e foram para a sede da PF, armados com escopetas. Os policiais civis, do lado de fora do portão principal da sede da PF, e os da Polícia Federal, do lado de dentro, chegaram a apontar as armas uns para os outros. Não houve troca de tiros.
Moradores dos prédios vizinhos da sede da PF afirmaram que alguns policiais civis dispararam tiros para o alto e dois carros tentaram passar pelo portão.
Com o clima tenso, cerca de 200 policiais militares do Batalhão de Choque ficaram de prontidão nas proximidades da PF, para o caso de haver confronto.
A situação só se tranquilizou com a chegada da cúpula da Polícia Civil e do Secretário da Segurança Pública, Santos Moreira, que conseguiram retirar os policiais civis do local.
O secretário da Segurança condenou a tentativa de invasão da sede da PF.
"Não vamos admitir esse tipo de comportamento. A Corregedoria vai abrir uma sindicância para apurar responsabilidades.".
Ele disse que há "várias provas" contra os policiais acusados de envolvimento no assalto. Segundo o Moreira, eles serão expulsos da Polícia Civil.

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