São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Netanyahu telefona para acalmar Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, conversou ontem por telefone com o líder palestino Iasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), para tentar diminuir a tensão crescente entre árabes e israelenses.
O primeiro-ministro israelense disse que entregou uma "mensagem de paz" para Arafat. Antes do telefonema, Netanyahu enviou um funcionário seu, Yitzhak Molcho, para conversar com Arafat na faixa de Gaza. É o primeiro contato direto entre os líderes em semanas.
Nos últimos dias, palestinos e israelenses foram mortos em episódios de confrontação direta.
No último dia 11, dois colonos judeus foram mortos por árabes na região próxima da cidade autônoma de Ramallah (Cisjordânia). O ataque foi assumido pela Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
No dia seguinte, um agricultor israelense matou a tiros um trabalhador palestino confundido com um terrorista.
Novos assentamentos
A tensão tem aumentado desde que Netanyahu anunciou a criação de benefícios para os assentamentos israelenses na Cisjordânia e na faixa de Gaza (áreas sob controle parcial dos palestinos).
Nessas regiões vivem 130 mil judeus cercados por cerca de 2 milhões palestinos.
Netanyahu garantiu que seu governo continuará participando do processo de paz, mas não abre mão da expansão dos assentamentos. "Não só não interromperemos esse processo, como continuaremos com ele de forma responsável e não violenta, e a outra parte (os palestinos) devem fazer o mesmo e respeitar seus compromissos", disse ele.
Segundo o premiê israelense, a ANP "tem que deter os autores do atentado (em que terroristas da FPLP mataram dois colonos judeus) a fim de extraditá-los para Israel, assim como atuar contra os elementos terroristas".
Resposta palestina
Arafat, por seu lado, disse que a decisão de Israel de incentivar os assentamentos e que declara a Cisjordânia e a faixa de Gaza "zonas de máxima prioridade nacional" é uma "bomba relógio". Segundo ele, na realidade não há negociações.
O "ministro" da Informação dos palestinos disse que a criação de benefícios para assentamentos judeus é declaração de guerra.
O presidente do Conselho Autônomo Palestino, Ahmed Qurea, pediu que os palestinos usem todos os meios para combater a política de assentamentos de Israel.
Segundo Netanyahu, as declarações de Ahmed Qurea "demonstram que existe a intenção de buscar uma desculpa para deteriorar a situação na região".

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