São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996 |
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'Congresso não quer plebiscito', diz FHC
EMANUEL NERI
FHC deu essa declaração à Folha na manhã de ontem, ao visitar a cascata Caracol, em Canela, no Rio Grande do Sul. "O Congresso não quer", disse o presidente sobre o plebiscito. "Mas essa é uma decisão do Congresso. Eu não posso interferir", afirmou em seguida. Além de achar que o Congresso discorda do plebiscito, FHC deu sinais de que também é contra a proposta. Em editorial publicado na Primeira Página da edição de ontem, sob o título "Plebiscito, a melhor opção", a Folha defendeu a necessidade de se ouvir a população sobre o direito à reeleição para ocupantes de cargos no Executivo. O plebiscito foi o tema que Fernando Henrique teve que abordar mais vezes nos dois dias que visitou a região da serra gaúcha. Além de Canela, esteve em Gramado e Nova Petrópolis. No início da visita, evitava falar sobre o tema. "Estou de férias", dizia. Depois, passou a dizer que se tratava de uma decisão exclusiva do Congresso. "Isso não é matéria pessoal. É matéria institucional. O Congresso tem toda liberdade para fazer", afirmou. Mas em uma de suas entrevistas, no sábado, FHC demonstrou que não tem nem um pouco de simpatia pelo plebiscito. "Não precisa referendar nada. O Congresso tem poder para isso (aprovar a reeleição)", disse o presidente. Em seguida, FHC tentou consertar o deslize. "Mas, se o Congresso achar que, além de seu poder, quer ouvir o povo... Eu sempre gosto de ouvir o povo", afirmou. Lista do BB FHC rechaçou a versão dada por um funcionário do Banco do Brasil à revista "Veja" assumindo a autoria da operação para a elaboração da lista de deputados do PPB que devem ao banco. "Isso não é verdade", afirmou, quando lembrado que o funcionário dissera que a ordem para a elaboração da lista partira do Palácio do Planalto. Os principais suspeitos são o secretário Eduardo Jorge e o ministro Luiz Carlos Santos. FHC falou ainda da reforma agrária e CPI dos títulos públicos. Com a aprovação do ITR, segundo o presidente, "muita coisa vai mudar" na reforma agrária. "O ITR muda a base latifundiária no Brasil", disse. "Essa é uma ordem. Vamos fazer uma grande reforma agrária." O presidente disse que apóia a criação da CPI para apurar a utilização irregular de títulos públicos, por prefeituras e governos estaduais, para pagar precatórios. Texto Anterior: O caso do transmissor Próximo Texto: Clima era de campanha Índice |
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