São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996 |
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Clima era de campanha
EMANUEL NERI
Houve um único momento de tensão. No sábado à noite, quando FHC chegou a um parque de Gramado para assistir um concerto, surgiram vaias, logo superadas por aplausos. FHC negou o quanto pôde estar em campanha eleitoral. Mas seus auxiliares mais diretos e a própria primeira-dama, Ruth Cardoso, não conseguiam esconder a emoção diante das manifestações de apoio. "Ele está recebendo todo este apoio nas ruas. É uma coroação daquilo que ele está fazendo", afirmou Ruth. "Mas não é campanha eleitoral. Ele veio aqui mostrar o que faz". O clima de campanha eleitoral começou no desembarque de FHC, no sábado pela manhã, no aeroporto de Canela. Além de pessoas com bandeiras do PSDB, havia gaúchos montados a cavalo e enfileirados e mulheres com roupas típicas. No Golfe Clube de Gramado, onde almoçou, FHC dançou com uma moça o "vaneirão", dança típica da região. Mais tarde, passeou por ruas de Canela e Gramado e visitou igrejas. As pessoas cumprimentavam o presidente e gritavam seu nome. Muitas famílias queriam tirar fotos ao lado dele. "Parece campanha eleitoral", disse o general Alberto Cardoso, chefe do Gabinete Militar da Presidência. O padre de Gramado, Eloi Sandi, ficou emocionado. "Vou rezar para ele ficar mais quatro anos", disse, após a visita que FHC fez à sua igreja. FHC negou sempre que estivesse iniciando a campanha eleitoral pela reeleição. "Isso mostra apenas que os brasileiros estão mais felizes", afirmou. "É o reconhecimento. Não tem nada a ver com reeleição", disse em Nova Petrópois, no final da visita. Depois, olhando sério para os repórteres, afirmou: "Vocês é que inventam isso". (EMANUEL NERI) Texto Anterior: 'Congresso não quer plebiscito', diz FHC Próximo Texto: Aliados do presidente são contrários à consulta Índice |
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