São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996 |
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Prioridades para pós-graduação
EDUARDO GUIMARÃES Nos dias 4 e 5 de dezembro último, a Capes promoveu em Brasília um seminário para discutir a pós-graduação brasileira, com o objetivo de reunir elementos para o 4º plano nacional de pós-graduação.Na ocasião foram considerados vários aspectos que devem fazer parte de um plano que orientará a política de formação de pessoal qualificado para a docência na universidade e para pesquisa, indispensável ao desenvolvimento brasileiro presente e futuro. Houve amplo debate acerca da constatação de que os problemas atuais da qualificação de nível pós-graduando no Brasil se deve à concentração, em uma só região do país -o Sudeste-, do pessoal qualificado disponível. Esta região concentra também a grande maioria dos programas de pós-graduação de melhor qualidade. Para enfrentar a questão, será preciso estabelecer prioridades que orientem com clareza as decisões a serem tomadas, de modo a fugir ao falso dilema regionalização para desconcentrar versus manutenção do apoio aos programas já qualificados. Uma política de pós-graduação deve estabelecer, como primeira prioridade, a preservação dos bons programas existentes e a continuidade dos investimentos a eles destinados. Um dos critérios deve ser avaliação contínua de seu impacto na realidade brasileira. Por exemplo, que contribuição faz um programa de pós-graduação para a qualificação de docentes e pesquisadores de outra regiões? Qual a quantidade e qualidade de conhecimento produzindo no programa e posto em circulação? Como segunda prioridade, uma política de pós-graduação deve implementar projetos, de médio e longo prazos, de qualificação de pessoal de nível superior, para as universidades das diversas regiões do Brasil. Estes projetos devem formular explicitamente seus objetivos e devem ser acompanhados de modo contínuo e regular pela Capes. É preciso que essa qualificação, a ser feita a partir dos bons programas existentes, se faça levando em conta uma política bem definida de cada universidade e se limite a simplesmente reagir a solicitações feitas isoladamente. Como terceira prioridade se coloca a abertura de novos programas de pós-graduação, a abertura que deve ser feita a partir da existência, sempre, de um corpo de pesquisadores bem qualificados e atuantes. Ou seja, ampliar a qualificação dos quadros universitários brasileiros torna possível abrir novos programas de pós-graduação que venham a atender às novas necessidades de pesquisas e de formação universitária em todo o país. Texto Anterior: USP quer alterações no provão Próximo Texto: Prova da UnB reúne 24,7 mil estudantes Índice |
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