São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996
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Líder promete soltar mais reféns

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder dos guerrilheiros que tomaram a residência do embaixador do Japão em Lima disse que pretende liberar gradativamente os reféns, mantendo sob seu poder apenas as autoridades peruanas.
Nestor Cerpa se comunicou na noite de anteontem, por walkie-talkie, com um canal de televisão local.
A autenticidade das declarações foi comprovada por intervenções do chanceler peruano, Francisco Tudela, e do embaixador japonês, Morihisha Aoki.
Os dois reféns pediram o estabelecimento de negociações diretas entre o governo e os guerrilheiros.
Cerpa afirmou que os reféns que não têm cargos políticos ou de governo serão soltos gradativamente. A sorte dos outros, segundo ele, dependerá da atitude do presidente Alberto Fujimori.
O comandante guerrilheiro reiterou a exigência de que o governo liberte os cerca de 500 militantes do MRTA que estão presos. Segundo ele, o grupo recorreu à violência política por causa das "injustiças que existem no Peru".
Cerpa não fez referência a uma outra mensagem, atribuída a ele, segundo a qual os reféns seriam soltos na véspera de Natal à noite.
Até o final da tarde de ontem, os guerrilheiros do Tupac Amaru não haviam dado resposta à proposta feita pelo presidente peruano em discurso na televisão.
Um documento atribuído à direção nacional do movimento guerrilheiro, enviado por fax à agência "France Presse", afirma que o grupo está preparando ataques a alvos econômicos e militares em todo o país, se a casa for invadida.
Mulheres
Reféns que foram libertados disseram que dois ou três membros do grupo que tomaram a residência em Lima são mulheres.
"É lamentável que duas mulheres de 16 anos estejam no grupo", disse o jesuíta espanhol Luis Martinez, libertado após três dias de cativeiro.
Fotógrafos também disseram ter visto mulheres junto às janelas da residência do embaixador japonês. Todos os reféns são homens.
A mulher mais famosa que integra o MRTA é a norte-americana Lori Berenson, 27.
Ela foi condenada à prisão perpétua e cumpre a sentença em uma penitenciária de segurança máxima no sul do país. Berenson é acusada de ajudar no planejamento de uma tomada do Congresso peruano, frustrada pelas autoridades.

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