São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996 |
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Líder do MRTA vive em cela de 3 m x 2 m
J. J. AZNÁREZ
Victor Polay Campos, líder máximo do Tupac Amaru, cumpre perpétua por terrorismo num retângulo de concreto de três metros por dois, cavado a oito metros sob a terra na base naval do porto de El Callao, junto à capital. As portas das oito celas como a de Polay têm apenas uma pequena abertura para empurrar uma bandeja de comida, evitando qualquer tipo de contato físico com os carcereiros e aumentando a sensação de isolamento. Não há luz artificial. Dois metros acima da porta há uma fresta de 15 centímetros de largura que permite a entrada de luz natural durante pouco tempo por dia. Os 30 minutos diários de passeio são solitários. Os detentos nunca se encontram. Toda e qualquer leitura deve ser feita durante esse tempo. Dentro da cela, nada: livros, rádio ou TV são proibidos. O principal assessor do presidente do Peru, Alberto Fujimori, em assuntos de espionagem interna e operações especiais, Vladimiro Montesinos, encontrou-se com Polay na cadeia. Em troca de um abrandamento da penúria carcerária, pediu um chamado público à desmobilização do grupo Tupac Amaru. Ele também deveria reconhecer por escrito seu arrependimento. Abimael Guzmán, líder do Sendero Luminoso, a maior guerrilha peruana, aceitou. Polay recusou. A situação não é diferente nas prisões onde estão outros integrantes do MRTA. Os presos não podem ter pentes, espelhos ou fotos dos filhos -nem podem abraçá-los quando eles fazem visitas. Lori Berenson está detida no Departamento andino de Puno, que registra temperaturas de até -10°C, num inverno de oito meses. As janelas ainda não têm vidro. Como em El Callao, são 23 horas e meia por dia dentro da cela, com quatro litros de água para beber, lavar-se e limpar a sujeira do buraco no chão que serve como latrina. Texto Anterior: Peru é acusado de maltratar presos Próximo Texto: Reeleição é um projeto caro, inútil e arriscado Índice |
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