São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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'Reforma parece dirigida a punir mais pobres"
DA REPORTAGEM LOCAL O professor de economia da Universidade de Brasília Dercio Garcia Munhoz acha que a reforma da Previdência foi feita "a toque de caixa e parece direcionada para punir os mais pobres".Segundo o economista, a reforma não terá impacto financeiro positivo no sistema e prejudicará a população de baixa renda, que se aposenta por idade. "Os que se aposentavam por tempo de serviço, com carteira assinada, vão poder continuar a comprovar contribuição. Os que não puderem serão jogados no salário mínimo." Munhoz diz que o governo baseou-se em dados equivocados. "O governo defendeu mudanças na Previdência pública utilizando dados da Previdência do setor público. O regime geral do INSS está equilibrado, em excelente situação. A relação contribuintes/inativos é superior a quatro contribuintes para um inativo, e não de dois para um, como alega o governo." Para ele, o governo lastreou-se em argumentos inconsistentes ao prever desequilíbrios financeiros crescentes no regime do INSS. "Ninguém diz que o INSS gasta mais de R$ 7 bilhões com a aposentadoria rural, embora o volume de contribuições dos trabalhadores ativos desse subsistema não supere os R$ 600 milhões", argumenta. "Também não se fala que recursos da Previdência sempre foram usados para pagar gastos com saúde e assistência social, como a renda mensal vitalícia." Munhoz afirma que os dados relativos à Previdência do setor público são desconhecidos e, por isso, há exageros quando se avalia o desequilíbrio do sistema. Ele acha que os servidores públicos devem ter um sistema próprio de aposentadoria e propõe a criação de fundos de pensão. Texto Anterior: 'Acordo ficou muito aquém do que deveria' Próximo Texto: 'Em 2 ou 3 anos teremos de fazer outra reforma' Índice |
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