São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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Medeiros critica recuo no IPC
DANIELA PINHEIRO
Segundo ele, a "omissão" das regras para o IPC no relatório do deputado federal Euler Ribeiro (PMDB-AM) é a forma que o governo arrumou para "deixar tudo como está". Pressionados por parlamentares descontentes, os líderes decidiram ontem regulamentar em lei complementar a extinção ou não da aposentadoria dos parlamentares. "A reação do baixo clero foi tão grande que os líderes deram para trás. Se o IPC não acabar agora, não acaba nunca mais", disse. Ele defende a extinção do fundo e propõe a devolução do dinheiro pago por deputados e senadores. "Com que moral os parlamentares vão terminar com os privilégios dos outros se não abrem mão de seus próprios?" No início da tarde, Medeiros tinha dito que a regulamentação em lei complementar já era "um avanço". Apesar de ter anunciado que ficaria fora das negociações da reforma da Previdência, Medeiros teve ontem uma agenda cheia. Encontrou-se com líderes governistas no Congresso e articulou uma proposta de reposição das perdas salariais dos aposentados, encampada pelo PTB, ao qual é filiado. A maratona começou cedo. Às 11h, ele estava reunido com o líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), e Euler Ribeiro. Medeiros afirmou ter pedido a reunião convencer o relator a incluir em seu parecer o fim do IPC. "Te apelo como caboclo amazonense que somos: é você que decide nessa canetada o destino da reforma. Te peço pelo amor de Deus: termine com o IPC agora. Senão tudo o que foi feito da reforma da Previdência pode ser perdido", disse Medeiros a Euler. Perguntado se o apelo seria uma retomada das negociações, Medeiros disse nunca ter se afastado. "Eu disse que não negociaria mais com o governo. Negocio com o relator, com os líderes, com o PMDB", respondeu. Às 15h30, ele se encontrou com a bancada do PTB. Foi propor ao partido a idéia de recuperação do valor das aposentadorias de 1988 até hoje. A Força Sindical sugere que a idéia seja colocada nas disposições transitórias. Texto Anterior: Na Câmara, 114 podem se aposentar em 98 Próximo Texto: Governo cede e decide ouvir sociedade civil Índice |
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