São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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Governo cede e decide ouvir sociedade civil
SHIRLEY EMERICK
O sindicalista se reuniu ontem com o líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), e pediu a realização sessões no plenário para ouvir a opinião de segmentos da sociedade e entidades ligadas ao setor. "O plenário é a grande chance de discutir tudo. O relator deixou muitas dúvidas que precisam ser esclarecidas", afirmou. O presidente da Câmara, Luís Eduardo (PFL-BA), deu o aval para a reivindicação da central e marcou para os dia 27 e 28 a realização de sessões públicas. "O que não foi consenso nós iremos apelar aos deputados nesta reunião", explicou Vicentinho. Ele não quis falar sobre o recuo dos parlamentares, que desistiram da extinção do IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas). Pela manhã, quando os líderes governistas ainda falavam da extinção do IPC, Vicentinho avaliou: "Acho que acabar com a aposentadoria especial dos deputados é um passo importante", declarou. Segundo ele, tanto Santos quanto Magalhães informaram que iriam apoiar o fim do IPC e buscariam uma alternativa parecida com a adotada em São Paulo, onde foi extinta a previdência dos deputados estaduais e quem não tinha direito à aposentadoria recebeu de volta os recursos pagos. Vicentinho levou a Santos um documento com quatro itens que estavam excluídos do relatório de Euler Ribeiro. Ele pediu a definição mais clara sobre os meios de comprovação da contribuição previdenciária, aposentadoria proporcional para os servidores públicos por cinco anos e sem limite de idade, a utilização dos recursos da seguridade social apenas para suas atividades fins e o limite da participação das entidades públicas em fundos de pensão à relação 2 por 1. O líder do governo na Câmara disse que iria entregar o documento para o relator. No início da tarde, Vicentinho foi a um debate na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) sobre a Previdência. Foi aplaudido de pé e recebeu apoio dos advogados contra os protestos e vaias de servidores públicos e sindicalistas ligados a partidos de esquerda. "Sabemos que o papel de um dirigente não pode ser de omissão. É dizer sua opinião sem ferir à democracia", disse no debate. O sindicalista disse que as negociações no Congresso foram "horríveis" e, sem citar o nome do relator da proposta, fez uma crítica à atuação do parlamentar. "Tem um deputado que está envolvido neste processo que foi mordido pela mosca azul e está fazendo muita besteira", disse. No fim da discussão, ele foi homenageado com um almoço na sede da entidade. Texto Anterior: Medeiros critica recuo no IPC Próximo Texto: Sindicalista se diz cansado Índice |
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