São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996
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Agricultura urbana pode solucionar fome

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

O desenvolvimento da agricultura urbana pode ser a solução para a fome no mundo, que atinge hoje cerca de 800 milhões de pessoas.
Relatório divulgado ontem em Nova York (EUA) durante reunião preparatória da 2ª Conferência de Assentamentos Urbanos da ONU (Habitat 2) aponta que 14% dos alimentos no mundo são produzidos em áreas urbanas.
"Desde 1970, o número de famílias urbanas envolvidas no plantio de alimentos não pára de crescer. Como a produção agrícola no campo não consegue acompanhar o crescimento populacional, a agricultura urbana é a melhor solução", afirmou à Folha Jac Smit, presidente da Urban Agriculture Network e autor do relatório.
Segundo Smit, até o ano 2000, a participação das áreas urbanas no plantio deve chegar a 20%. China, EUA, Argentina, Peru e Quênia são alguns dos países que mais usam agricultura urbana.
A maioria dos produtos plantados nas cidades são verduras e legumes. Segundo Smit, elas necessitam de pouco espaço para o cultivo e não precisam ser moídas nem processadas para o consumo.
Xangai (China) é a cidade onde a prática é mais disseminada: todos os vegetais consumidos são produzidos localmente.
Na América do Sul, a Argentina é o país onde a prática é mais popular (20%, em Buenos Aires).
Polêmica
O empréstimo de US$ 1,4 milhão de fundo da ONU para a construção de casas em países pobres feito pela cúpula do Habitat para organizar a conferência causou polêmica ontem. A imprensa dos EUA acusou o secretário-geral do Habitat 2, Wally N'Dow, de se apropriar indevidamente do fundo para gastos com a organização da conferência, que acontece entre 3 e 14 de junho em Istambul (Turquia). N'Dow se defendeu afirmando que não há nada de irregular no empréstimo e que a verba do fundo será reposta até 1997.

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