São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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Acordos provocam saída de secretário-geral da Força
MARCOS CÉZARI; SUZANA BARELLI
Alemão saiu por discordar da forma como a direção da Força tratou a reforma da Previdência Social e o acordo coletivo assinado pelos metalúrgicos de São Paulo com a Fiesp, prevendo a redução de encargos trabalhistas. Segundo Alemão, está faltando um posicionamento mais democrático dentro da Força Sindical. O sindicalista disse que a participação de Luiz Antônio Medeiros, presidente da Força, no acordo da reforma da Previdência foi de "um vedetismo inaceitável". Alemão disse que o projeto sobre o tema, aprovado pelo congresso da Força, não foi levado para a discussão com o governo e que Medeiros assinou o acordo sem consultar as bases. A segunda razão alegada pelo sindicalista foi o acordo assinado ontem pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e oito sindicatos ligados à Fiesp, prevendo a redução dos encargos trabalhistas. O sindicato é filiado à Força. Alemão entende que o acordo foi feito sem levar em conta os interesses dos trabalhadores. "Não foi exigida nenhuma contrapartida dos empresários. Não haverá a contratação de empregados." Para Alemão, "nenhum empresário deixa de produzir por causa dos encargos trabalhistas. Os empresários só lucrarão mais com menos encargos". O sindicalista entende que a questão dos encargos trabalhistas requer uma discussão mais ampla, com a participação de todas as centrais. Risadas "Tenho vontade de dar risadas. O Alemão não tem nada de confiável", disse Medeiros. Segundo ele, a saída do sindicalista "é muito boa, pois ele não exercia, há muito tempo, suas funções de secretário-geral". Para Medeiros, o sindicalista não pode criticar o acordo, pois "ele foi omisso e não participou das plenárias sobre a Previdência" promovidas pela Força. Paulo Pereira da Silva, presidente do sindicato dos metalúrgicos, disse estar "feliz da vida" com a saída de Alemão. Paulinho afirmou que não vai responder as criticas do sindicalista. Além de Alemão, outros 33 dirigentes assinaram sua desfiliação. Deixaram a Força, entre outros, os presidentes da Força no Amazonas, Alagoas, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Minas e dirigentes no Paraná e no Rio Grande do Sul. A desfiliação ocorreu anteontem, quando foi assinado o documento chamado de "Carta de Brasília". Segundo a carta, os desfiliados representam mais de 85% dos sindicatos ligados à Força. Antonio Rogério Magri, ex-ministro do Trabalho, afirmou ontem que pode ir para a CGT, mas isso não significa que vá se candidatar à presidência da central. Magri, que trabalha na Eletropaulo, disse que a CGT precisa de um sindicato forte, que "pode ser o dos eletricitários de São Paulo". Texto Anterior: PIB aumenta 4,2% em 95, diz IBGE; setor agrícola cresce 5,9% Próximo Texto: Títulos da dívida recuam e Bolsas sobem Índice |
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