São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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Segurança de dados é paranóia dos anos 90
MARINA MORAES
Assim como, diante dos outros problemas que atormentam o homem moderno, é preciso traçar uma linha entre a realidade e a paranóia, o departamento do computador também deve ser tratado com moderação. O norte-americano é um povo extremamente prático e objetivo, que procura soluções concretas para sua vida. No entanto, não tem jogo de cintura para lidar com o imprevisto e se alarma diante do menor sinal de descontrole. A segurança do computador, por exemplo, é assunto constante na mídia americana. Desde a ameaça da perda física da máquina até a privacidade do que vai na sua memória. O que está na imprensa está na boca do povo. Virou moda contar histórias de crimes e discutir medidas de proteção ao computador. As estatísticas mostram que o número de assaltos a laptops tem aumentado bastante. Uma bobeada no balcão da coffee shop e lá se vai o notebook dentro da fantástica bolsa de couro comprada exclusivamente para vesti-lo. Horror no aeroporto Aeroporto tornou-se símbolo de horror para os usuários de computador. O mito de que a máquina de raios X apaga a memória está enterrado, mas há boatos estarrecedores sobre maus-tratos na hora de revistar a bagagem. O pesadelo de ver a máquina cair das mãos do agente de segurança que abriu a valise de mau jeito é comum entre os passageiros da ponte aérea. "Se for obrigado a mostrar o computador funcionando, faça-o você mesmo. Não discuta a ordem, mas nunca permita que os seguranças toquem no seu computador", diz um guia distribuído por uma revista especializada. Todos concordam, no entanto, que, por mais dolorosa que seja a perda de um computador, é sempre possível substituí-lo. De tirar mesmo o sono do executivo americano é a possibilidade de ter informações sigilosas roubadas pelo concorrente. Exibida em filmes futuristas, discutida por autoridades na área e explorada pelos fabricantes de software, a invasão aos dados do computador alheio merece atenção e cuidados. Programas de proteção Atualmente, há dezenas de programas de proteção, sistemas com senhas e cartões personalizados e outras medidas mais radicais de evitar a espionagem. Com tanto recurso disponível, não custa zelar pelo conteúdo do que vai no computador. Depois do recente episódio em um tribunal de Nova Jersey -o marido pediu divórcio, acusando a mulher de cometer adultério eletrônico ao praticar cibersex com um parceiro via correio eletrônico-, é melhor cair na paranóia geral e se armar contra o inimigo. Texto Anterior: A carteira digital do futuro Próximo Texto: Qualidade dobra, e preço cai pela metade Índice |
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