São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Governo quer gastar mais com publicidade

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo federal pretende aumentar seus gastos com publicidade em 46,9% em comparação com o ano passado.
A proposta, que consta no Orçamento deste ano, prevê gastos de R$ 126,12 milhões, contra R$ 85,87 do Orçamento de 1995.
Este valor ainda não está autorizado, já que o Congresso ainda não aprovou o Orçamento de 96.
Mas ainda não se sabe exatamente quanto o governo federal efetivamente gastou no ano passado. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República continua coletando os dados de quanto cada um dos ministérios.
Os ministérios podem ter gasto menos do que o volume previsto no Orçamento, explicou Lipel Custódio, subsecretário-adjunto de comunicação institucional da secretaria.
Ele calcula que só terá uma conta final de quanto foi gasto com publicidade do governo federal em dois ou três meses.
O total de R$ 126,12 milhões só inclui as despesas dos ministérios e órgãos diretamente a eles subordinados, como é o caso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), vinculado ao Ministério do Planejamento.
Alguns ministérios tiveram suas verbas de publicidade aumentadas muito acima da média.
No ano passado, a verba da Educação foi de R$ 600 mil, um valor decidido ainda em 1994, durante o último ano do governo Itamar Franco. Para 96, o governo está pleiteando R$ 10 milhões.
No ano passado, o Ministério da Saúde não tinha verba própria especificada no Orçamento para gastos com publicidade.
Mas, alguns órgãos subordinados ao ministério dispunham de recursos em valores elevados, notadamente o Fundo Nacional de Saúde, com R$ 14,6 milhões.
Neste ano, a estratégia mudou. O governo está pedindo autorização para que o Ministério da Saúde gaste R$ 50 milhões, de longe o maior volume alocado a um único ministério, no Orçamento.
Esses números mostrariam, segundo Custódio, exatamente quais são as prioridades do governo: saúde e educação.
Nos programas para essas duas áreas, conforme a secretaria, seria essencial a comunicação com a população, daí a necessidade de se investir tanto em campanhas publicitárias. Um dos programas da área de educação é a campanha "Acorda, Brasil", que procura mostrar a importância da escola de primeiro grau.
Também chama a atenção na lista do Orçamento a dotação prevista para o Ministério do Planejamento, que, no ano passado, recebeu R$ 59,2 mil e, este ano, poderá contar com R$ 6 milhões.
A explicação da Secretaria de Comunicação Social é de que essa verba vai atender a órgãos subordinados ao Planejamento, como o BNDES, que precisam divulgar seus programas.

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