São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Ponte sobre o Paraná poderá exigir 162 dias de explosões no leito do rio

MYRIAN VIOLETA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Mato Grosso do Sul e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) divulgam até o final de março se será autorizada uma explosão de 10 mil metros quadrados de rochas submersas no rio Paraná.
A finalidade da explosão é aumentar a profundidade do leito do rio no trecho sobre o qual será construída uma ponte de 3.592 metros, que vai ligar Mundo Novo (MS) a Guaíra (PR).
Se a operação for aprovada, 34 pontos serão explodidos durante 162 dias, a partir de abril.
A exigência da explosão é do Ministério da Marinha. Um leito mais profundo permitirá a passagem de grandes embarcações.
Deverão ser usadas 29 toneladas de explosivos, que poderão matar grande quantidade de cascudo-preto, peixe que vive junto às rochas.
Para Devaldir Carpatti, 38, presidente da Colônia de Pescadores de Guaíra (que reúne 600 filiados), a população de peixes nunca mais voltará ao normal depois das explosões.
"Queremos ser indenizados e usar o dinheiro para sair daqui e procurar outras regiões onde possamos pescar", afirmou.
Alcides Faria, 42, presidente da entidade ambientalista Ecologia e Ação, disse ser contrário às explosões e temer prejuízos aos saltos de Sete Quedas. O trecho das explosões fica a 1,5 km dos saltos, atualmente submersos pelo lago da barragem da hidrelétrica de Itaipu.

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