São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Setor público é maioria em novo conselho

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho Nacional de Educação, que será empossado hoje, tem mais nomes ligados ao setor público da Educação do que ao setor privado. Os nomes que o presidente Fernando Henrique Cardoso indicou para o Conselho foram publicados pelo "Diário Oficial" na última segunda-feira.
O conselho é composto de duas câmaras, uma de Educação Básica e outra de Educação Superior.
A segunda é a que tem maior poder e interesse para instituições particulares. Vai ser responsável por dar licença de funcionamento para todas as instituições de ensino superior, particulares ou não, e a cada um de seus cursos.
Nesta câmara, 5 dos 12 membros são do setor público, assim considerados porque exerceram ou exercem cargos executivos em governos ou universidades públicas.
A lista inclui o ex-reitor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Éfrem Maranhão, o reitor da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Hésio Cordeiro, a vice-reitora da USP (Universidade de São Paulo), Myriam Krasilchik, e a secretária de Educação de Educação de Pernambuco, Silke Weber.
Além disso tem vaga garantida na Câmara o secretário de Educação Superior do MEC (Ministério da Educação), cargo que é ocupado pela ex-reitora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Vanessa Guimarães.
Independentes
Podem ser considerados independentes mais quatro membros: o filósofo e presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) José Arthur Gianotti, amigo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Academia Brasileira de Educação, Carlos Alberto Serpa de Oliveira, o membro da Academia Brasileira de Letras Arnaldo Niskier e o professor da UnB (Universidade de Brasília) Jacques Velloso.
Ligados às instituições particulares são o reitor da Universidade Católica de Salvador, José Carlos Almeida da Silva, o reitor da Universidade Estácio de Sá, no Rio, Lauro Zimmer, e o vice-reitor da Unip (Universidade Paulista, do Objetivo), Yugo Okida.
Entre as atribuições da Câmara de Educação Superior estará também a de decidir quais são as faculdades que merecem ser transformadas em universidades -que têm autonomia para criar e fechar cursos sem pedir autorização a nenhum órgão público.
O presidente Itamar Franco usou como justificativa para fechar o antigo Conselho Federal de Educação, em 1994, exatamente as denúncias de que havia tráfico de influência na transformação de faculdades em universidades. Niskier e Okida foram membros do antigo conselho.
A Câmara de Educação Básica terá menos poder porque não vai dar licença para o funcionamento de instituições. Apenas vai dar direções e sugestões para a política educacional do governo.
Nesta Câmara, 8 dos 12 membros são do setor público, incluindo a Secretária e Ensino Fundamental do MEC, Iara Prado. Há um membro independente e três ligados a escolas particulares.

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