São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
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Brasil negocia acordo espacial com Argentina

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa da Argentina, Oscar Camillion, disse ontem que existem conversas "confidenciais" de seu país com o Brasil sobre cooperação nuclear, "retomando os acordos de cooperação dos anos 80". Segundo ele, os dois países também estudam um acordo de cooperação espacial.
Camillion afirmou que os governos do Brasil e da Argentina vão formalizar o acordo espacial em uma visita que o presidente Fernando Henrique Cardoso fará à Argentina.
Entre as ações do programa, segundo ele, está o lançamento de um satélite.
O ministro, que foi embaixador da Argentina no Brasil de 1976 até 1981, também anunciou que os dois países vão fazer no segundo semestre deste ano manobras militares conjuntas no sul do Brasil e norte da Argentina.
Camillion fez ontem uma palestra no plenário do Senado sobre a política de Defesa da Argentina.
Ele disse que veio ao Brasil para conversar com os ministros militares sobre a "agenda" da segunda reunião dos ministros da área de defesa da América, que será realizada em outubro, na cidade argentina de Bariloche.
Segundo ele, o encontro tentará trabalhar uma agenda para o continente na área de defesa, para os próximos anos.
Depois da palestra no Senado, o ministro concedeu uma entrevista coletiva.
Na entrevista, Camillion afirmou que a integração na área de defesa deve vir depois dos interesses econômicos, mas será mais rápida na América do Sul do que entre os países da Europa.
Camillion afirmou que as Forças Armadas devem dar apoio logístico no combate ao narcotráfico. "Por exemplo, um dos alvos do controle do espaço aéreo pelas Forças Armadas são os vôos ilegais ligados ao narcotráfico."
O ministro argentino também falou do programa de implantação de radares na Argentina, orçado em US$ 500 milhões.
"Vamos abrir uma concorrência internacional, aberta e pública para a implantação do sistema. Na área de defesa, nós poderíamos ter limitado a concorrência, mas foi uma decisão política abri-la."

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