São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Agora dá para anunciar feijoada e suco'

DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de veicular anúncios coloridos em mais páginas do jornal, que será oferecida pela Folha a partir do próximo domingo, vai provocar pelo menos duas alterações decisivas para a publicidade.
Em primeiro lugar, "coloca o jornal em um mercado de comunicação que era exclusivo de revista", diz Ivan Pinto, presidente da Associação Brasileira das Agências de Propaganda.
Além disso, melhora a eficiência da publicidade, já que um anúncio colorido desperta de três a quatro vezes mais atenção do que o material em preto e branco, conforme pesquisas citadas pelo presidente da Companhia Brasileira de Publicidade, Armando Sant'Ana.
Para Mauro Salles, da Salles Interamericana, "a Folha, com seu novo Centro Tecnológico Gráfico, permite às agências a utilização ampla das cores e com uma qualidade melhor".
"É um conforto para o publicitário preparar a peça no seu computador colorido e saber que vai sair daquele jeito", comenta Alex Periscinoto, da Almap/BBDO.
Salles ressalva que a produção do jornal torna-se mais cara e a exigência de qualidade agora será maior. "O que demonstra que este é um empreendimento só para adultos e profissionais", diz.
Para Ivan Pinto, a cor de qualidade no jornal é um avanço para os anunciantes tradicionais, como as lojas de varejo. "Elas vão deitar e rolar", prevê Periscinoto.
Todos os publicitários presentes ao almoço ontem no Centro Tecnológico Gráfico-Folha, sem exceção, insistiram em um ponto: a cor total muda a estratégia da publicidade em jornal.
Como anunciar, em branco e preto ou mesmo com as cores desbotadas que caracterizavam os jornais, uma lata de suco de laranja ou uma feijoada? "Ficava horrível", lembra Periscinoto.
Esses anúncios, cujo destino natural eram as revistas ou a televisão, poderão agora aparecer no jornal. Periscinoto afirma que anúncios coloridos serão produzidos especialmente para a Folha.
Para Salles, além da Folha, só outros três jornais brasileiros têm cor em padrão internacional: "O Globo" e "O Dia", no Rio, e "Zero Hora", em Porto Alegre.
Dizendo ser suspeito, por ter feito a campanha da Folha na era da cor total, Washington Olivetto, da W/Brasil, diz que a cor dá ao jornal a "vivacidade da mídia eletrônica, mantendo a credibilidade da mídia impressa".

Texto Anterior: Executivos elogiam inovações do jornal
Próximo Texto: REPERCUSSÃO
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.