São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
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Governo conhecia balanço irregular

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O chefe do Defis (Departamento de Fiscalização do BC), Adilson Rodrigues Ferreira, disse ontem que foi comunicado em outubro de 1995 que o Nacional tinha operações de crédito duvidosas maquiadas no seu balanço.
Ferreira foi comunicado das irregularidades por Gustavo Loyola (presidente) e Cláudio Mauch (diretor de Normas).
Loyola e Mauch receberam as informações antes delas serem detectadas pelo Defis, responsável pela fiscalização dos bancos.
Ferreira afirmou não saber de onde os dois conseguiram os dados.
A Folha apurou junto a técnicos do BC que o ex-presidente do Nacional, Marcos de Magalhães Pinto, teria comunicado os problemas do banco e a existência dos empréstimos fictícios antes de outubro de 1995 a Loyola.
Magalhães Pinto teria se eximido da culpa dizendo que as operações foram feitas à sua revelia.
O ex-presidente do BC, Pérsio Arida, também saberia dos problemas de liquidez do Nacional desde abril de 1995, segundo esses técnicos.
Ferreira disse que não sabia da conversa de Magalhães Pinto com Loyola e nem se Arida tinha deixado o BC com informações de falta de liquidez no Nacional.
Depois de muitas trapalhadas durante todo dia, o BC resolveu contar que sabia da existência da utilização de um sistema paralelo de contabilidade no Nacional.
No início da tarde, a assessoria de imprensa do BC informou que Loyola e Mauch não sabiam das operações. À noite, Ferreira foi autorizado a falar.

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