São Paulo, domingo, 3 de março de 1996
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Ortodoxia domina a escola

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Templo da ortodoxia econômica mundial, a escola de Chicago tem influenciado fortemente a vida de milhões de pessoas em todo o mundo nos últimos 20 anos.
Talvez o exemplo mais bem sucedido dessa escola seja o modelo chileno de ajuste, por enquanto o único que deu certo na América Latina, avalia o professor da faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, Joe Yoshino.
O mais famoso economista de Chicago, Milton Friedman, entrou para a história como o pai do monetarismo econômico.
Friedman demonstrou que uma das principais causas da inflação é a gestão monetária, isto é, o controle da moeda. O governo precisa controlar o nível de moeda em circulação para segurar a inflação.
Assim, se o governo, suposto guardião da moeda, vai ao mercado se financiar para cobrir déficits orçamentários, lá se vai o controle da inflação. Se o governo decide estimular o crescimento econômico aumentando seus gastos públicos, disparam os índices de preços.
É um pensamento conflitante com o conceito keynesiano da primeira metade do século, de que o governo tem de combinar medidas fiscais para alcançar a estabilidade. Gastos públicos, nessa escola, são aceitáveis para se manter o nível de emprego e de atividade.
"A escola de Chicago sempre alertou que essas políticas tinham efeitos temporários, terminando em mais inflação", diz Yoshino, que doutorou-se e deu aulas na universidade.
Friedman foi laureado com o prêmio Nobel em 1976. "Não existe almoço de graça" é uma de suas tiradas mais famosas.
Robert Lucas foi o quinto ganhador dos cinco prêmios Nobel de Economia conquistados pela Universidade de Chicago nos últimos seis anos.
(MG)

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