São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996 |
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Produtor quer receber pela qualidade
SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES
À primeira vista, esse resultado é surpreendente, visto que essa prática já é antiga no Brasil. O fato é que o produtor não se ajustou a esse sistema pela inconstância de sua aplicação. Em alguns anos o sistema é praticado, em outros não, dependendo da necessidade menor ou maior da indústria. Essa inconstância deixa o produtor na dúvida se deve ou não investir, para fazer uma elevada quota no período da seca e depois se beneficiar na época das águas. A inconstância da prática do sistema quota e excesso é típica de países que têm déficit da produção. Nada tem a ver com a liberação de preço, como alguns acreditam. Também entre os que discordam, a justificativa é de que esse sistema prejudica o pequeno produtor. A bonificação por volume de leite é defendida pela indústria, em razão da economia de escala. A força da economia de escala irá, com certeza, implantar definitivamente esse critério de pagamento, criando, como consequência, muitas dificuldades para as cooperativas, onde as decisões dependem de regimentos que asseguram direitos iguais para todos. A pesquisa mostra ainda que 73% dos entrevistados concordam com o sistema de pagamento do leite que considera o preço-base mais bonificação por qualidade. Também aqui a justificativa mais frequente é que esse sistema prejudica o pequeno produtor. A maior competição na indústria tem contribuído para a diversificação da produção industrial e ampliação do número de derivados lácteos mais nobres. Essa é a razão da indústria apoiar esse critério de pagamento, que tem a concordância da maioria dos produtores. Texto Anterior: Empresa desenvolve milho letal a insetos Próximo Texto: Competição rege toda a cadeia Índice |
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