São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996
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País produz 1.000 toneladas de noz

PAULO FERRAZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Brasil quer virar o milênio como o terceiro maior produtor do mundo de noz macadâmia.
A noz, além de saborosa, é considerada muito eficiente na prevenção do infarto e de problemas arteriais.
Este ano, o Brasil deve produzir mil toneladas de nozes em casca. No ano 2000, a produção deve chegar a 10 mil t.
Atualmente, o maior produtor de noz macadâmia do mundo é o Havaí (EUA), que colheu em 94 mais de 21 mil t do produto.
Em segundo lugar está a Austrália -país de origem da macadâmia-, com uma produção de 12,4 mil t da noz.
Para atingir o terceiro lugar, o Brasil tem de superar Quênia e Costa Rica, ambos com uma produção atual de cerca de 3.000 t.
No Havaí, a noz macadâmia é hoje uma das maiores fontes de renda daquele estado, perdendo apenas para a indústria do turismo.
No Brasil, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Macadâmia do Estado de São Paulo, José de Salles Cunha, 33, a cultura, embora nova, já surge como uma excelente opção de investimento agrícola de médio e longo prazos.
A partir do oitavo ano, o plantio já pagou seu custo de implantação e passa a dar lucro. Do 12º ano em diante, o lucro líquido estimado é de US$ 1.500/ano por hectare, afirma.
O custo de implantação de um hectare, segundo Salles Cunha sai em torno de US$ 1.750 (US$ 750 para a compra de mudas e US$ 1.000 para preparação do terreno e plantio).
A produção das nozes começa depois de cinco anos, com apenas 1 kg por planta. Aos oito anos, cada pé já está produzindo uma média de 10 kg de nozes em casca. E a partir do 12º ano, essa produção chega ao seu ponto máximo, com uma média de 20 kg de nozes por pé.
Atualmente, cada quilo de noz macadâmia em casca é vendido por US$ 1 e o custo de produção para as árvores adultas (acima de 12 anos) é de US$ 0,30. Em cada hectare podem ser plantados 250 pés de macadâmia.
A Salles Cunha Agrícola Ltda., empresa do presidente da Associação, tem hoje 17 mil pés plantados na fazenda Cachopa, em Mirassol (455 km a noroeste de São Paulo), 3.500 dos quais já em produção comercial.
A empresa consegue ainda um lucro extra de 30% com o beneficiamento e embalagem das nozes, que são vendidas prontas para o consumo no comércio da região de São José do Rio Preto.

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