São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996
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FHC pede apoio empresarial à educação

DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou ontem, em Belo Horizonte, a proposta de que 1996 seja "o ano da educação". A cerimônia reuniu 22 dos 27 governadores, cinco ministros e centenas de prefeitos e educadores em Minas Gerais (escolhida pelos altos índices na área de educação), além de empresários -o principal alvo dessa nova campanha.
Um dos programas lançados ontem, o de educação para qualidade no trabalho, tem como proposta justamente as empresas.
A idéia é a de elevar o nível de escolaridade dos funcionários acima de 18 anos para que eles completem pelo menos o equivalente às quatro primeiras séries do primeiro grau.
Hoje, segundo o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, a mão-de-obra brasileira tem em média apenas três anos de estudo. De acordo com ele, a iniciativa da complementação escolar partiu das próprias empresas.
O Ministério da Educação será responsável pela elaboração de exame, a ser aplicado pelas empresas, para avaliação do nível de conhecimento dos funcionários.
TV Escola
Quem não tiver conhecimentos equivalentes ao da quarta série fará um curso de complementação, orientado pelo ministério, nos locais de trabalho.
O MEC entrará ainda com material didático e o treinamento e as empresas vão arcar com custos das instalações e dos professores.
Além desse programa, o presidente Fernando Henrique lançou em definitivo a programação da TV Escola, assinou projeto de lei mudando diretrizes para o ensino técnico e recebeu um documento, "A nação convocada", com compromissos para a educação básica.
Discurso
Em discurso, FHC disse que a cerimônia com governadores e educadores mostrou que "todos estão unidos por valores, pela democracia, para pensar em conjunto pelo país" e que isso era prova de que o Brasil "está quebrando as teias do clientelismo", pois as ações nessa área são a longo prazo e não beneficiavam ao mandato de nenhum deles (governadores e o próprio presidente).
Antes, em entrevista coletiva, o ministro Paulo Renato afirmou que os atos assinados ontem não buscavam criar novas regras para a educação porque o Brasil "é campeão de fazer leis perfeitas mas sem condições de serem cumpridas". "Agora é pé no chão", completou.

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