São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estatais não dizem gastos a governo

Quatro empresas estouram previsões do Orçamento da União

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Oito estatais não informaram corretamente seus gastos com investimentos ao Ministério do Planejamento durante o ano passado, e quatro delas acabaram por estourar as previsões do Orçamento.
Segundo dados sobre investimentos das estatais divulgados ontem no "Diário Oficial" da União, as despesas feitas durante todo o ano de 1995 no item "Inversões Financeiras" e "Outras Despesas de Capital" foram informadas apenas no último bimestre.
A falta de informações periódicas sobre os gastos com investimentos prejudica o controle bimestral feito pela Secretaria de Coordenação e Controle das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento.
A área econômica costuma exibir a execução do Orçamento das estatais como vitrine de seus esforços de controle dos gastos públicos.
Afirma que, ao contrário das limitações na execução do Tesouro Nacional -que tem gastos incomprimíveis, como pagamento de pessoal e juros-, nas empresas estatais o governo pode demonstrar resultados concretos de sua política de contenção do déficit público.
Outras três estatais de comunicações enviaram os dados somente no último bimestre do ano passado: Telebrás, Embratel e Telesp. Estas, entretanto, ficaram dentro das despesas autorizadas no Orçamento.
Para se ter uma idéia da proporção das despesas comunicadas na última hora, a Telesc enviou ao Planejamento 38% dos seus gastos só no último bimestre do ano.
No ano passado, 20 empresas estouraram as verbas previstas para gastos. Destas, 12 pertencem ao setor de comunicações.
A empresa que provocou o maior estouro nas verbas de investimentos foi a Petrobrás -que gastou 154% além do previsto.
Apesar dos gastos adicionais dessas empresas, o conjunto das 93 estatais manteve em 1995 os gastos com investimentos abaixo das previsões do Orçamento.
Segundo o Ministério do Planejamento, a maior parte do dinheiro investido saiu de recursos próprios (66,6%).
A Folha procurou o Ministério do Planejamento na tarde de ontem para tratar do assunto.
Até as 18h30, o jornal não havia recebido qualquer resposta da assessoria de Comunicação.

Texto Anterior: Telebrás decide gastar R$ 80 milhões
Próximo Texto: Impressão atrasa a entrega do jornal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.