São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996
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ACM ameaça levar dossiês contra Gustavo Loyola

Senador baiano pode mudar de posição e atacar Banco Central

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aliado do governo, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) ameaça mudar de posição hoje no depoimento do presidente do BC (Banco Central), Gustavo Loyola.
ACM disse que está pensando se entrega aos diretores do BC "três envelopes fechados" contendo supostas irregularidades do sistema financeiro.
O senador passou a tarde criticando a direção do BC. Primeiro foi uma farpa feita após discurso do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que havia dito que esperava que os diretores do BC "sejam iluminados não só para trazer a verdade, mas também o convencimento".
"O impossível não vai acontecer", disse ACM a Suassuna. "Eu ainda tenho muitas dúvidas que não foram respondidas. Sou eu levaria a sessão inteira com as minhas questões", disse o senador baiano.
ACM disse que irá se sentar diante de Loyola e dos diretores do BC Alkimar Moura (Política Monetária) e Cláudio Mauch (Fiscalização).
"Quero ficar num lugar onde eles possam olhar bem para mim", provocou ele.
Pasta rosa
O senador baiano disse que o vazamento da pasta rosa no ano passado teve o objetivo de desviar a atenção do noticiário das irregularidades no Banco Nacional e do articulação do governo em relação ao programa de incentivo a fusão de bancos.
A pasta rosa, encontrada por técnicos do BC no Econômico, tinha relação de supostas doações do banco a políticos, entre eles ACM e o presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP).
Sivan
Conforme a Folha havia antecipado sábado, Antônio Carlos ameaça dificultar a aprovação do Sivam no Senado.
"Quero ver o inquérito da escuta telefônica feito pela Polícia Federal. Acho que não houve inquérito nenhum", afirmou Antônio Carlos Magalhães.
A supercomissão do Senado que investiga o projeto já deu parecer favorável ao Sivam. Falta agora passar pelo plenário do Senado.

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