São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996 |
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QUE DEUS É ESTE? Ninguém pode impedir um desequilibrado qualquer de amarrar uma bomba ao próprio corpo e detoná-la dentro de um ônibus ou numa das mais movimentadas ruas de uma cidade. Quando o terrorista está disposto a dar a própria vida por uma causa, qualquer esquema de segurança, por mais rígido que seja, torna-se um obstáculo frágil demais para proteger as vidas de inocentes. Os dias negros que Israel enfrenta com o tipo mais covarde de terrorismo -aquele que ataca indiscriminadamente, sem se importar com mulheres, crianças ou idosos- lançam agora sérias dúvidas sobre o andamento do processo de paz na região. O premiê Shimon Peres não consegue transmitir à população a sensação de segurança que o seu antecessor, Yitzhak Rabin, o herói da guerra de 67, era capaz. E essa onda de atentados promovida pelos radicais islâmicos do Hamas só contribui para despertar ainda mais a insegurança. A estratégia do grupo parece ser a de fazer com que a direita, contrária às negociações de paz, triunfe no pleito do próximo dia 29 de maio. Iasser Arafat também está de mãos relativamente atadas, pois, como já se afirmou, é impossível deter um ataque suicida. Por mais que ele consiga desarticular lideranças do Hamas, sempre haverá um louco disposto a matar "em nome de Deus". Que Deus é este?, meu Deus! Texto Anterior: GASTAR BEM, NÃO MAIS Próximo Texto: LIÇÕES DA ESPANHA Índice |
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