São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Monges defendem o comércio

DO ENVIADO ESPECIAL A DENGFENG

Os monges golpeiam contra as críticas de que o comércio abala a imagem do templo. Para eles, a receita gerada pelo turismo permite, por exemplo, restaurar partes do templo antes condenadas à destruição pelo descaso das autoridades comunistas.
O Templo Shaolin restaurou a Torre do Grande Sino, parcialmente destruída na década de 20, e substituiu o antigo sino, de 2,5 t, por um novo, de 6,5 t.
O monge Yong Yan argumenta que os exercícios capitalistas não alteraram a rotina do templo. Seus habitantes acordam às 4h para iniciar uma jornada marcada por rezas, meditação e prática de artes marciais.
Com idades que variam entre 18 e 78, os monges diferem quanto à carga horária dedicada a suas atividades. Quanto mais jovem, mais tempo ao kung-fu e quanto mais velho, mais horas à meditação e ao estudo de textos budistas.
"Pratico diariamente pelo menos três horas de kung-fu e exercícios físicos", conta Yong Yan, que trocou a carreira militar por uma vida que exige abstinência sexual e dieta vegetariana.
Os filmes que exploram a imagem do templo não o incomodam. "Divulgam nossa imagem e, às vezes, trazem recursos com o dinheiro pago para se filmar aqui". Mas ele identifica o ponto fraco: "muitos filmes exageram ao mostrar nossas habilidades. Somos bons, mas também somos humanos".
Xing Zhi, 24, conta que decidiu mergulhar na vida religiosa depois de assistir em 1977 ao filme "Templo Shaolin", um dos clássicos da cinematografia oriental. Originário da província de Anhui (leste), Xing Zhi abandonou os pais, camponeses, e seus cinco irmãos para se tornar um monge.

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