São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Estudo deixa gaúcho três anos sem sexo

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADO ESPECIAL A DENGFENG

O gaúcho Boniperti Oliveira, 32, enfrentou três anos em Pequim de abstinência sexual e comida vegetariana para concluir um mestrado em artes marciais e cultura chinesa. A aventura oriental incluiu três meses no Templo Shaolin, em 1989, para afiar seus conhecimentos de kung-fu.
"Aprendi 35 estilos de artes marciais", contabiliza Oliveira. Ele desembarcou em Pequim em 1986 e hoje recorre à filosofia aprendida na China em seu trabalho no setor comercial da embaixada brasileira na capital chinesa.
"O empresário de hoje é o guerreiro de ontem. As técnicas de guerra podem ajudar a levar uma negociação, e as artes marciais desenvolvem o autocontrole", diz.
Oliveira dedica diariamente 30 minutos à meditação. "Assim consigo relaxar e preciso dormir menos, me sinto bem-disposto."
Oliveira desembarcou em Pequim com um diploma do curso de educação física da Universidade de Brasília e o sonho, cultivado desde os 14 anos, de desbravar a China. Já lutava caratê antes de ingressar, em 1987, no Instituto de Educação Física e Esportes da capital chinesa.
O mestrado apresentou mais desafios do que o esperado. "Era muito difícil no começo atingir o autocontrole exigido, fazíamos cinco horas diárias de meditação", conta ele. "Além da abstinência sexual, pois sexo é visto como um gasto de energia."
Os três meses no Templo Shaolin ajudaram-no a aperfeiçoar o arsenal de cultura chinesa. "Era muito interessante conviver com os monges, principalmente na hora de praticar artes marciais".
As exigências de Shaolin se somavam às condições precárias de alojamento. "A infra-estrutura era muito pobre e banho, por exemplo, só tínhamos de vez em quando", relata Oliveira.

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