São Paulo, sexta-feira, 22 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Peres ameaça atacar sul do Líbano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, disse ontem que vai responder aos guerrilheiros islâmicos do Hizbollah (Partido de Deus), que retomaram campanha de ataques suicidas a bomba para expulsar Israel do sul do Líbano.
Um atentado reivindicado pelo Hizbollah matou um soldado israelense anteontem na faixa de cerca de 12 km que Israel ocupa no sul do Líbano. Os israelenses consideram a região "zona de segurança" contra ataques guerrilheiros.
Peres disse que ordenou que suas Forças Armadas decidam como, onde e quando atacar. Ele rejeitou um ataque maciço à região, como o que Yitzhak Rabin promoveu em julho de 1993. A ofensiva deixou 130 mortos e obrigou mais de 10 mil libaneses a fugir para o norte.
Ontem, o Hizbollah prometeu fazer novos ataques suicidas.
Partido do Hamas
Militantes do grupo palestino Hamas (Movimento de Resistência Islâmico), cujos atentados contra Israel entre 25 de fevereiro e 4 de março deixaram 62 mortos, formaram ontem um partido político.
O Partido Islâmico de Salvação Nacional, que não adota a resistência armada em sua plataforma, deve se tornar o principal grupo de oposição à Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Amir
O tribunal israelense que julga Yigal Amir, 25, pelo assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin vai anunciar seu veredicto na próxima quarta-feira, dia 27.
O Ministério da Justiça de Israel disse ontem que a Corte do Distrito de Tel Aviv vai fazer o pronunciamento às 2h30 (hora de Brasília).
O estudante de direito Yigal Amir confessou ter atirado em Rabin no dia 4 de novembro de 1995 depois de um comício pela paz em Tel Aviv para acabar com o processo de paz de Israel com os palestinos.
Mas seu advogado disse, no domingo passado, depois de dois meses de julgamento, que uma segunda pessoa poderia ter atirado.
Se Amir for condenado por assassinato premeditado, pode ser condenado até à prisão perpétua. O extremista judeu alega que só queria deixar Rabin paralítico.
A promotora Pnina Guy pediu, em seus argumentos finais, que Amir fosse condenado à prisão perpétua. "Ele disse que estava orgulhoso de ter matado o premiê e que faria tudo de novo."
Amir também disse à corte que a lei ritual judaica ordenou que ele matasse o premiê para salvar o povo judeu de "um perigo não menor do que o Holocausto".

Texto Anterior: Tudo sobre as doenças
Próximo Texto: Localizada vala comum na Bósnia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.