São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Para governo, BB deve ter mais participação de capital privado

Intenção não é privatizar, afirma Parente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, disse ontem que o governo não vai propor a privatização do Banco do Brasil, que teve prejuízo de R$ 4,2 bilhões no seu último balanço.
Segundo ele, a intenção é que o BB tenha maior participação do capital privado. "O governo considera oportuno e útil discutir, por ocasião da regulamentação do artigo 192 da Constituição (que trata do sistema financeiro), uma maior participação da iniciativa privada."
Sem privatizar
Ele negou que o governo já tenha tomado uma decisão política de privatizar o BB. Segundo o secretário, a exposição de motivos da MP de socorro ao BB apenas abre a discussão para a sociedade.
"Estamos sugerindo que entre no contexto da discussão do sistema financeiro", afirmou. Na exposição de motivos, o governo sinaliza com uma alteração no controle acionário do BB.
Parente disse que o banco terá melhores condições de competir no mercado caso se livre das amarras de uma empresa pública. "Queremos que o banco possa funcionar sobre uma legislação de empresa privada", afirmou.
A idéia é que, com maior participação do capital privado, a ingerência política sobre a administração do banco ficará limitada, impedindo novos rombos.
O limite satisfatório para que o governo ainda controle as decisões administrativas do BB seria ter 40% do capital votante. Atualmente, o governo tem 51%.
CEF
O processo de reestruturação da Caixa Econômica Federal vai envolver o fechamento de agências, em número ainda não definido. Hoje, a CEF tem 2.300 agências.
A orientação do ministro Pedro Malan (Fazenda) é para que as agências dos bancos federais evitem concorrência entre si.
Ou seja, a escolha das agências que serão fechadas vai observar, além do critério de competência, se o Banco do Brasil tem agência na mesma região ou não.

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