São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
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'Arapongas' espionam governo

DA ENVIADA ESPECIAL

"A reforma só teve caráter de corte de despesa. Isso não é reforma", diz Brice Bragato, 42, deputada do PT na Assembléia Legislativa do Espírito Santo.
Ela e outros dois deputados do PT opuseram-se ao governo na primeira etapa da reforma (o partido só tem mais um deputado na Assembléia, que é líder do governo e a favor dele).
"Reformar o Estado, dentro da visão democrático-popular, significa desburocratizá-lo, aproximá-lo do cidadão", afirma. "Houve precariedade na concepção do Estado que queremos."
Brice Bragato e José Baiôco, também deputado do PT, foram contrários ao acordo do empréstimo de R$ 105 milhões que o governo fez junto à Caixa Econômica Federal para equilibrar o Orçamento.
"Ninguém no PT sabia que o governo acertara a venda de ações do Banestes (o banco oficial) para obter o dinheiro", diz Brice.
"Mas nossos arapongas obtiveram o contrato. O governo errou ao manter isso em segredo."
Para Arthur Viana, 33, presidente do sindicato dos professores, a redefinição da política salarial e a implantação da tabela única de vencimentos devem preceder a extinção de benefícios.
Ele não entende como os salários do Executivo estão atrasados, e os dos servidores do Legislativo e do Judiciário, não.
Viana critica o fato de a educação receber apenas 14% da receita do Estado, enquanto o fundo de incentivo às exportações obtém 24%.

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