São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
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Ex-prefeita não teme rejeição

DA REPORTAGEM LOCAL

A ex-prefeita paulistana Luiza Erundina afirmou que não está preocupada com o índice de rejeição à sua candidatura (49%, segundo pesquisa do Datafolha publicada ontem).
"O Maluf teve um índice alto de rejeição, cerca de 40%, até a véspera da eleição de 1992, e foi eleito", afirmou Erundina, ao votar no diretório do PT no bairro da Saúde (zona sul de São Paulo), na prévia para a escolha do candidato do partido à Prefeitura.
Erundina acusou o atual prefeito, Paulo Maluf (PPB), e seu secretário de Finanças, Celso Pita, de mentir para a opinião pública.
São Paulo, segundo Erundina, não está com as finanças em dia.
"A dívida pública do município é hoje superior a R$ 3 bilhões, e a dívida total, de R$ 6 bilhões", disse Erundina. "Quando saí do governo, deixei dívidas de pouco mais de R$ 600 milhões", afirmou.
Na opinião de Erundina, a rolagem da dívida do município, conseguida por Maluf em troca do apoio do PPB à aprovação da emenda do deputado Michel Temer (PMDB-SP) sobre a reforma da Previdência e à extinção da CPI dos Bancos, "evidencia que o prefeito e o secretário mentiram".
"O Banco Central havia negado autorização a Maluf para o lançamento de novos títulos da dívida pública porque ele não investiu em Educação o que determina a Constituição", disse ela.
"Agora, com fisiologismo, contra a ética e a moral em política, ele conseguiu o favor", concluiu.
Pita
O secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, Celso Pita, disse que Erundina é uma pessoa "desqualificada" para falar em finanças porque suas contas foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município por dois anos consecutivos. "As nossas foram aprovadas com louvor", afirmou.
Pita disse que Erundina deixou compromissos não-pagos de US$ 1,2 bilhão com o governo federal e 35 mil funcionários a mais nos quadros da prefeitura.

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