São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
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"Veleiro tem vontade própria"

DO ENVIADO ESPECIAL

Seja em meio a uma tempestade, seja em mar calmo, o Star Clipper sempre será uma "dama" para o capitão Juergen Mueller-Cyran, 59. É assim que ele se refere ao barco: "ela" ou "she", em inglês.
"Você tem que aprender a entender um veleiro, a respeitar sua vontade. Não se pode forçá-lo a fazer o que ele se recusa a obedecer." Mueller é natural de uma cidade próxima de Frankfurt, na Alemanha, que fica distante do mar. Deixou sua terra aos 16 anos. "Para conhecer outros lugares."
Apaixonado por navegação, o chefe do Star Clipper não ostenta seu conhecimento náutico. Prefere destacar o que chama de "espírito de velejar".
Segundo sua teoria, o veleiro difere das demais embarcações pela atmosfera que cria, envolvendo passageiros e tripulação. Embora o barco sob seu comando esteja destinado exclusivamente a turistas, ele crê que os passageiros participam da rotina do barco.
O capitão não esconde sua antipatia a grandes barcos. "A grande diferença entre estar em um navio de cruzeiro e em um veleiro é que aqui, no Star Clipper, você tem orgulho de estar a bordo."
Embora divida com os passageiros sensações primárias sobre velejar, o alemão tem fartos conhecimentos sobre a história da vela. E esbanja informação nas palestras.
Nessas ocasiões é possível saber, por exemplo, que há indícios de que os fenícios tenham chegado à América antes de Colombo. Por sinal, passando pelo mar do Caribe.

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