São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Bancos agora farão rodízio de auditores

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou ontem quatro medidas que disciplinam e tornam mais rigoroso o trabalho dos auditores independentes nos bancos, fundos de investimentos e consórcios regulados pelo Banco Central.
As instituições financeiras desses setores deverão fazer um rodízio obrigatório de auditores no máximo a cada quatro anos.
Isso evitará a perpetuação de práticas irregulares por um período mais longo e é uma regra que já existe em outros países, explicou o presidente do BC, Gustavo Loyola.
Os auditores serão obrigados a apresentar relatórios com a avaliação dos sistemas de processamento de dados e o risco das instituições financeiras, fundos e consórcios.
"As empresas de auditoria deverão controlar o risco de crédito, da taxa de câmbio e ver se não existe inconsistência no sistema de processamento de dados", disse.
No Banco Nacional, o ex-vice presidente da instituição Clarimundo Sant'Anna é suspeito de ter mantido por dez anos um sistema paralelo de processamento de dados. Neste sistema eram manipuladas 652 contas que serviam para manipular o balanço do banco.
Com as medidas anunciadas ontem, a equipe econômica avalia que irregularidades como as do Nacional poderiam ser evitadas.
Outra medida anunciada é que os auditores independentes deverão comunicar obrigatoriamente ao BC irregularidades graves que forem detectadas nas instituições.
Excel
Loyola disse ontem que as negociações para a venda do Econômico ao Excel estão avançadas, mas não garantiu que serão concluídas hoje. A diretoria do BC se reuniu com executivos do Excel na noite de quarta-feira. Representantes do Excel disseram que o BC é que deve explicações sobre a demora para fechar o negócio.

LEIA MAIS sobre o Conselho Monetário Nacional à pág. 2-1

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