São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996 |
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Ministério denuncia administrador da Sé
CLAUDIO AUGUSTO
Se o Judiciário aceitar a denúncia e ele for condenado, o total da pena pode chegar a 24 anos e 10 meses. O promotor de Justiça criminal Paulo Roberto Salvini ofereceu a denúncia depois de analisar o relatório da CPI dos ambulantes da Câmara Municipal, concluído em 95. David foi acusado na CPI de comandar um esquema de corrupção que arrecada R$ 100 mil por dia com propinas dos camelôs. Outras 18 pessoas foram denunciadas. Até as 19h de ontem, Victor David não respondeu às ligações da reportagem para comentar a denúncia do Ministério Público. David não será afastado do cargo. "Quem julga é juiz, não promotor", disse Adilson Laranjeira, assessor da prefeitura. Ocupação O secretário municipal das Administrações Regionais, Arthur Alves Pinto, informou ontem que a Guarda Civil Metropolitana vai continuar ocupando o centro velho de São Paulo. "A gente tem que reorganizar. Você não conseguia andar no centro." Hoje, segundo o secretário, os funcionários da prefeitura começarão a fazer a demarcação das áreas destinadas aos ambulantes. Ele afirmou que a prefeitura vai cumprir a lei, exigindo que a distância entre as barracas seja de, no mínimo, 10 metros e a área total para exposição de mercadoria equivalente a, no máximo, 2 m². "Dois terços das vagas serão reservados aos deficientes físicos", disse Alves Pinto. "O critério para definir quem fica é a antiguidade." Alves Pinto disse ter recebido uma informação de que o tumulto foi promovido pela CUT. Manoel Wilson de Sousa, do Sindicato da Economia Informal, afirmou que o secretário foi precipitado. O sindicato, ligado à CUT, quer uma audiência com o prefeito. "Faltou competência. O recadastramento deveria preceder a remoção", disse Sousa. "O sindicato é contra apreender mercadoria." O vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT) classificou a operação de ontem como uma "iniciativa irresponsável". Cardozo, que presidiu a CPI dos ambulantes, disse que a atual administração desenvolveu uma "política deliberada para o descontrole". O objetivo dessa política seria facilitar o pagamento de propinas a fiscais. "O largo 13 foi invadido na administração do PT. O vereador deveria ter feito o que prega quando era governo", rebateu Alves Pinto. Texto Anterior: Cliente não consegue abrir conta Próximo Texto: Associação quer 'pop shopping' Índice |
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