São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Tartari reinventa os sabores clássicos

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem conheceu o auge do Enotria, do Rio, pode agora reencontrar boa parte daquela equipe no Tartari's de São Paulo.
É verdade que o mentor do Enotria, Danio Braga, bandeou para a serra fluminense. Mas em São Paulo encontram-se agora os outros pilares da casa.
A começar pelo chef italiano Luigi Tartari, 65, dono de uma extensa folha de serviços à gastronomia (esteve no Lido de Veneza, veio ao Brasil para o Copacabana Palace em 1955 e, depois do Enotria, participou da inauguração do Mellão em São Paulo).
Ao abrir sua própria casa, Tartari chamou como sócio, além de um investidor carioca, um ex-maŒtre do Enotria, Jorge Azevedo. Completa a equipe o excelente sommelier Gianni Tartari, seu filho.
Tartari restitui à cozinha italiana seus sabores clássicos, com doses comedidas de inventividade. Aberto há apenas duas semanas, não apresentava em todos os pratos o deslumbramento de sabores de que o chef já provou ser capaz. Mas trazia lampejos do brilho do grande cozinheiro.
O carpaccio de salmão e surubim com alcachofras, o risoto de espinafre, camarões e vieiras, o peito de pato grelhado com shiitake e sakê, o filé de cordeiro com pimenta-verde dão mostras da mão firme do cozinheiro. A galinha d'Angola tinha um molho de mel e trufas bastante esmaecido numa ocasião.
Há massas caseiras com molhos variados, como pizzoccheri (com queijo, batata e espinafre). Há uma profusão de risotos à milanesa acompanhando carnes e aves, pedindo uma variação maior. Há sobremesas precisas. E há no ar uma promessa de que o veterano chef vai decolar de novo, desbravando mais uma cidade.

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