São Paulo, domingo, 31 de março de 1996
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Dono de matadouro ilegal é preso na Grande São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

O Serviço de Inspeção do Estado fechou na última quinta-feira um matadouro clandestino em Santa Isabel, cidade da Grande São Paulo a 53 km da capital.
O dono do negócio, Pedro Lopes Dias, 53, e um funcionário, Alexandre Severiano da Silva, 19, foram presos em flagrante. Podem ser soltos pagando fiança que vai de R$ 600 a R$ 2.800.
Foram apreendidos 12 dianteiros de novilho, dois carneiros, duas cabeças de porco, cinco de boi e vísceras. Havia sangue e fezes no local, um galpão aberto. Não havia câmara frigorífica.
Cinco vacas, 20 porcos e cerca de cem leitões aguardavam o abate. Durante a blitze, realizada em conjunto pela inspeção estadual, inspeção federal e Delegacia do Consumidor, chegou um caminhão com mais dez vacas.
Dias diz que abatia dez vacas por semana. Para o investigador Fernando Arruda Camargo, 32, da 1ª Delegacia de Saúde Pública, deviam ser umas dez por dia.
Dias conta que já teve um abatedouro com inspeção federal, mas faliu por causa de dívidas. "Não tenho dinheiro para ter um matadouro legalizado. Eu ia legalizar mais para frente."
Vacas leiteiras velhas, que já não produzem mais, eram abatidas ali. Silva diz que comprava novilhos por R$ 9 cada, fazia o abate e os revendia por R$ 13.
"O fazendeiro daqui só quer saber de gado de leite e até paga para a gente retirar o novilho macho", conta.
Ele diz que entregava a vitela na casa de uns fregueses em São Paulo. "Sabia que era um negócio ilegal, mas não vou deixar meus dois filhos passar fome".

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