São Paulo, domingo, 31 de março de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
RBS quer manter-se entre 3 marcas mais lembradas Nelson Sirotsky diz como dirige um dos maiores grupos do Sul CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
Um dos objetivos do diretor-presidente do grupo, Nelson Sirotsky, será repetir este resultado em 96. Não é apenas uma meta teórica, sem implicações concretas. Ao contrário. Se a marca RBS não estiver novamente entre as três mais populares entre os gaúchos em 96, a participação de Sirotsky nos lucros do grupo será reduzida. Ele tem outros objetivos bem definidos para 96, que também poderão afetar sua parte nos lucros. É exemplo claro do tipo de administração adotado por Nelson Sirotsky, 43 anos recém completados, presidente da RBS desde 91. Nesse período, o grupo cresceu muito, seguindo a tendência de expansão observada em quase todas as empresas de comunicações. Clima de equipe Sirotsky atribui a expansão recente da RBS a "um conjunto de oportunidades aproveitadas e ao clima de equipe criado no grupo". Com a ajuda de consultores externos, foi traçado um esquema de administração em que um dos pontos centrais é exatamente a fixação de objetivos individuais, a cada ano, para todos os funcionários, de garçons a diretores. Se essas metas individuais e os objetivos de crescimento de cada departamento forem cumpridos, os funcionários ganham uma participação nos resultados. No ano passado, 70% dos 5 mil empregados do grupo receberam dois salários a mais -o que correspondeu a 20% dos lucros. Sirotsky lembra que quando assumiu a empresa foi "saudado" por cartazes feitos por funcionários que faziam ironia com a sigla do grupo. RBS, informavam os cartazes, significaria na verdade Rede de Baixos Salários. Ele não concordava com a alegação, mas reconhecia que a média salarial de US$ 500 então constatada exigia o que chama hoje de "programa de recuperação". Resultado: o salário médio na RBS passou para US$ 1 mil, diz ele. Hierarquia Simultaneamente, a administração do grupo passou a ser feita de uma forma menos hierarquizada. A estrutura anterior foi trocada por um sistema em que as relações de trabalho são menos formais. A profissionalização do grupo RBS não significou, até agora, a exclusão da família Sirotsky da sua administração. Hoje, exercem funções na gerência do grupo seis membros da família, além do próprio Nelson. Mas isso também vai mudar. A família decidiu que os membros da próxima geração não terão um posto garantido na RBS. No momento o grupo RBS está interessado em comprar uma participação na Companhia Riograndense de Telecomunicações. O governo gaúcho iniciou processo para vender 35% das ações da empresa e o RBS poderá fazer uma oferta. Se ganhar a licitação, será o mais recente passo no crescimento do grupo fundado há 39 anos pelo pai de Nelson, Maurício Sirotsky Sobrinho (já falecido). O grupo controla hoje 4 jornais, 16 emissoras de televisão e 22 emissoras de rádio em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tem interesses em TV paga e informática. A intenção é crescer "facilitando a comunicação das pessoas com o seu mundo", diz Sirotsky. Texto Anterior: Brasil grisalho Próximo Texto: A lição de Marinalva Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |