São Paulo, domingo, 31 de março de 1996
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Fatores internos pesam mais nas Bolsas brasileiras

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Pesquisa da Columbia University de Nova York demonstra ser pequena a relação entre o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) e o Dow Jones da Bolsa de Nova York (Nyse).
No período analisado -entre março de 1994 e março de 1996-, a correlação entre o índice Bovespa e o Dow Jones manteve-se, em média, em 30%, o que não demonstra relevância estatística, afirma o pesquisador Ricardo Fleury Lacerda, que desenvolve pós-graduação em finanças na Columbia University.
Globalização
A crescente globalização dos mercados mundiais faz com que haja uma tendência de o comportamento das Bolsas mais importantes -principalmente a de Nova York- influenciar os mercados de outros países.
O estudo demonstra, no entanto, que o mercado acionário brasileiro ainda é mais influenciado por variáveis internas do que do exterior.
Lacerda diz que as variáveis que mais influenciam o mercado acionário brasileiro são as seguintes: taxa de juros internas e o sucesso do plano de estabilização.
Só então aparecem as variáveis externas, como o fluxo de recursos estrangeiros para as Bolsas, a situação dos demais países latino-americanos e os juros externos.
A pesquisa indica que a influência do resultado de Nova York tende a ser maior nos dias de menor volume de negócios e ausência de tendência definida na Bovespa.
A ausência de notícias da economia brasileira faz com que os operadores passem a ficar mais atentos ao que acontece no exterior.
Lacerda diz que a influência do mercado norte-americano não deve ser desprezada, principalmente a negativa. Uma nova queda acentuada das cotações como a de de 1929 e 1987 poderia ter efeito devastador nas demais Bolsas mundiais, incluindo a brasileira, uma vez que os mercados estão mais interdependentes (globalizados, para usar o jargão do momento), diz.

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